Reunião da Toon Boom com a Abrademi
No dia 12 de dezembro, foi realizada uma reunião de apresentação da Toon Boom, empresa canadense que produz softwares para animação e cinema (Harmony, Storyboard Pro e Producer), atendendo aos principais estúdios, como Fox, Lucasfilm, Universal, NBC, Cartoon Network, e as japonesas Tezuka Productions e Toei.
A apresentação foi feita por Paulo Protasio, da ETC Brasil, que também representa a AutoDesk, Robo Matter e a Unity.
A Abrademi tem 35 anos e sempre trabalhou na divulgação do mangá, em cursos e oficinas de desenho e de roteiro, mas na área de desenho animado se limitou a alguns cursos com o prof. Sérgio Tastaldi, que mantinha um estúdio no MIS e tinha um programa na TV Cultura. Eram cursos de animação 2D, bastante básicos. Mais tarde, foi realizado um curso sobre Desenho Animado, com os dois profissionais pioneiros do estúdio de Mauricio de Sousa, o Itsuo Nakashima e o Carlos Takemoto. Vários dos associados da Abrademi chegaram a trabalhar em estúdios de animação, que no Brasil basicamente se dedicavam a fazer comerciais de TV.
A intenção da Toon Boom, claro, é aumentar o marketing share de seus produtos. Mais gente conhecendo o produto e mais gente utilizando. Participaram da reunião os editores Franco de Rosa, Cleber Marques, Denis Bortolaço e Noriyuki Sato; Jun Suguiyama e Eduardo Campelo, que são quadrinhistas, Francisco de Assis Ribeiro, que é ilustrador e caricaturista; Leonardo Obara, operador de câmera e editor de TV, e o único do grupo com curso de animação 3D no Japão; e o Victor Nunez, ilustrador e autor, que faz animação com Flash.
Os ilustradores já conheciam o programa Harmony, que pode ser utilizado para desenhar e que há vantagens na sua utilização, por exemplo, na fase de colorização das páginas. Foi discutida a questão dos cursos que ensinem a usar esse programa. Geralmente os cursos são caros e fica inviável investir neles sem visualizar uma chance no mercado de trabalho. Paulo Protasio lembrou que a licença educational é bem barata e não se trata de um investimento considerado alto para quem tem uma escola. Falou-se então em encontrar um caminho alternativo, talvez a Abrademi montando o curso, recebendo o software com a finalidade de preparar os profissionais, o que poderia beneficiar muitos artistas no Brasil.
O Japão produz uma quantidade imensa de tÃtulos para TV e cinema em forma de animação, e também muitos comerciais e apresentações de empresas utilizam a animação como forma de comunicação. Por isso existem muitos estúdios no Japão, mas há uma crescente escassez de profissionais em todas as áreas, devido ao envelhecimento da população japonesa. Há, de forma geral, abertura das empresas de internet, animação e cinema, em contratar profissionais do exterior. Aqui, a maior barreira é de idioma. Nesse caso, alguma empresa de animação poderia se interessar em instalar uma unidade no Brasil, para usufruir da farta mão de obra aqui, mas há alguns inconvenientes como o imposto pela exportação de serviços. Outra questão não tão relevante, mas que influi, é a diferença de fuso horário. Na reunião falou-se que essa oportunidade poderá chegar, mas o Brasil terá que ter muita gente já preparada para trabalhar com isso.
A Toon Boom está investindo bastante no mercado japonês, que é muito vasto, e por isso vê com bons olhos a ligação da Abrademi com empresas e associações japonesas, porque dali pode surgir um intercâmbio maior.
Discutiu-se também algumas outras ideias e possibilidades. Para falar da parte mais técnica dos programas, Paulo Protasio se comprometeu a agendar uma reunião por videoconferência com especialistas do Canadá, ainda para este ano.
Para quem se interessou, aqui está o link da Toon Boom: https://www.toonboom.com/