Comissão de Jovens do Bunkyo promove palestra sobre filmes de terror japoneses

UM OLHAR SOBRE O CINEMA DE TERROR JAPONÊS

Ringu photo1peqA Comissão de Jovens da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, Bunkyo, realizou, no dia 13 de junho, uma palestra da Cristiane A. Sato, autora do recém-lançado livro “Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa”, sobre o cinema de terror japonês.

Segundo a palestrante, os filmes de terror produzido no Japão vêm atraindo aficionados do mundo inteiro, e têm garantido uma rentabilidade acima da média. Isso faz com que, até o ator Tom Cruise, através de sua produtora, esteja atrás de roteiros japoneses.

O que faz com que o cinema de terror japonês seja tão interessante? A pesquisadora afirmou que existe um fundamento religioso. É que em países onde o monoteísmo, como o Cristianismo, é forte, a confrontação entre o demônio e Deus torna-se o conflito fundamental. Por isso, muitos filmes ocidentais são baseados em histórias de pessoas possuídas pelos demônios, como em “O Exorcista”.

Já os japoneses lidam com o sobrenatural de um modo diferente. No caso, os sobrenaturais seriam como os seres humanos, mesclando características boas e ruins. Ao mesmo tempo, entende-se que o sobrenatural simplesmente existe, e que ele não pode ser eliminado. Assim, certos costumes que parecem exóticos ou superstições que não deveriam mais existir numa sociedade industrializada continuam sendo praticados pelos japoneses. Por exemplo, tiras de papel com ideogramas nas portas das casas, senhoras que molham a calçada com um pouco de água e colocam pires com sal na porta…

No cinema japonês, o sobrenatural nem sempre aparece em busca de vingança e pode aparecer sem ter um motivo muito claro. Já no ocidente, são vampiros, lobisomens, alienígenas ou psicopatas que personificam o mal, em geral, amputando, esmagando ou decapitando suas vítimas. Nesse caso, o público não sente exatamente medo, mas sim, uma seqüência de sustos.

Cristiane A. Sato lembrou que, muitas das histórias de terror do Japão que conhecemos hoje foram escritas ou compiladas por um ocidental chamado Lafcadio Hearn, jornalista greco-irlandês, que residiu no Japão no final do século XIX, naturalizou-se e adotou o nome de Yakumo Koizumi. Do seu livro mais conhecido, “Kwaidan”, foi produzido em 1965, no Japão, um longa-metragem com o mesmo nome, e que foi o mais caro feito até então no País. A película, que demorou 10 anos para ser concluída, apresentou quatro episódios assustadores, mas belos, e foi um dos primeiros filmes a utilizar a idéia de terror que continua até hoje no cinema japonês.

Com a maior difusão da cultura pop japonesa, filmes como “Kwaidan” e “Jigoku” foram recentemente relançados no mercado ocidental, levando o público que se interessou por “Ringu”, “Ju-on” ou “Chakushin Ari”, a verificar as obras de arte produzidas no passado. Embora revestidos de modernidade e tecnologia, quase todos os filmes japoneses mais recentes continuam utilizando a fórmula tradicional, aquela onde o sobrenatural é diferente e assustador, mas ninguém procura persegui-lo e matá-lo.

Palestra: “O Cinema de Terror Japonês”
Palestrante: Cristiane Sato, autora do livro
 Japop – o poder da cultura pop japonesa, editora NSP Hakkosha
Data: 13 de junho de 2007 (quarta-feira)
Horário: das 19h30 às 21h30
Local: Salão Nobre do Bunkyo
Endereço: Rua São Joaquim, 381 – 2.andar – Liberdade – São Paulo (próximo ao metrô São Joaquim)
Ingresso: um agasalho em bom estado (infantil ou adulto)

Realização: 
Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social

Editora NSP Hakkosha

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Informações sobre a autora e sobre a editora NSP Hakkosha:
Cristiane Sato é pesquisadora e advogada, presidente da Abrademi – Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações, ministra palestras sobre cultura japonesa.
www.japop.com.br

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Informações sobre a Comissão de Jovens do Bunkyo:
Erika Kurihara tel. 9711-2579, seinenbunkyo@gmail.com

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