20 anos de Cavaleiros do Zodíaco

Em 1986, o mangá Os Cavaleiros do Zodíaco começou a ser publicado na revista Shonen Jump, transformando-se em animê em 1987. Alcançando sucesso fenomenal, as aventuras dos defensores de Atena logo chegaram a outros países, onde conseguiram altos índices de audiência. Vinte anos depois, os seus personagens ainda estão estampados em produtos e aparecem na Tv, inclusive no Brasil.

Para homenagear a série que mudou o rumo do animê no mundo, em seu 20º aniversário, a ABRADEMI publica várias matérias sobre o fenômeno. Atenção: como se trata de uma coletânea de textos publicados, algumas matérias podem estar desatualizadas.

Cavaleiros – A fanzinemania

Número gigantesco comprova: o Japão é atualmente o país que mais produz e consome quadrinhos e animação no mundo. Para se ter uma ideia, só na área de quadrinhos calcula-se que o mercado da cidade de Tóquio equivale só a todo mercado existente no Brasil! Trata-se de um mercado tão grande e competitivo que produtos e área afins acabam se valendo desta atividade. Brindes, brinquedos, papelaria e fanzines são as atividades que mais trabalham com os quadrinhos e a animação no Japão. Boa parte do crescimento deste mercado se deve ao fenômeno Saint Seiya, nome pelo qual a série Cavaleiros do Zodíaco é conhecida no Japão. Até 1987, quando os Cavaleiros chegaram à TV Japonesa, os fanzineiros (grupos de desenhistas amadores ou profissionais que fazem quadrinhos e publicam seus trabalhos por seus próprios meios) já existiam, mas em número pequeno e quase sempre, ligado a fã-clubes de estudantes. O sucesso dos Cavaleiros causou uma verdadeira explosão de fanzines e tornou popular o estilo e a linguagem Aniparo do inglês Animation Parodies, ou seja, histórias que parodiam (tiram sarro) de personagens consagrados em desenho animado. Alguns desses fanzines chegaram a ter tiragem de revistas normais (mais de 10 mil exemplares por mês) e são produzidos com recursos profissionais. Em alguns casos, os trabalhos atingiram um grau tão alto de qualidade que as editoras decidiram oficializar essas HQs, regularizando os direitos autorais e republicando essas histórias na forma de coletâneas.

Por outro lado, muitos fanzines acabaram virando caso de polícia, por fazerem histórias que difamavam a imagem dos personagens e obtinham elevados lucros com a venda dos fanzines, sem regularizar e pagar os direitos ao criador dos personagens.

Em 1989, ocorreu um caso famoso em que para prender um grupo de fanzineiros pirateadores dos Cavaleiros, a editora infiltrou um agente entre eles que ajudou a polícia nas investigações. No Japão, a editora Fusion Products Inc. Acabou se especializando na oficialização de histórias publicadas em fanzines. Só de HQs ligadas aos Cavaleiros, ela publicou coletâneas divididas por temas: Seiya ni Muchuu (Louco por Seiya) “histórias em que Seiya é o personagem principal; Seiya Big Battle  – duelos e pancadaria estelar; Seiya Kiki Ippatsu (Seiya Por Um Triz) “os cavaleiros escapando de situações de perigo; Seiya Paradise Night “Cavaleiros só para adultos, histórias de conteúdo erótico; Seiya Toy Box “HQs diversas com os Cavaleiros; Seiya Rankiryuu – enredos sérios com os Cavaleiros, batalhas ferozes e tramas intrigadas.

Além dessas publicações, existe também a revista Aniparo Comic, da editora Minami Shobo, especializada em paródias e HQs bem-humoradas com personagens de desenhos animados. Claro que muitas das histórias desta revista foram dedicadas aos Cavaleiros…

As armaduras dos Cavaleiros do Zodíaco

Quando o criador de Cavaleiros do Zodíaco, Masami Kurumada, decidiu criar as famosas armaduras de seus personagens (que apesar de serem de metal, são vivas), provavelmente não imaginava o impacto que sua ideia teria. Só ele poderia imaginar que um caranguejo pudesse ser dividido em peças dobráveis, que se abrem e esticam para poder vestir uma pessoa como uma armadura rígida, mas que não prejudicaria os movimentos. Na Grécia Antiga, acreditava-se que Atena, a deusa da sabedoria, era também uma deusa guerreira, mas ela era protetora só da guerra defensiva.

Ela teria nascido da cabeça de Zeus, já usando uma armadura completa, que incluía um elmo (capacete), uma lança e um escudo, feitas pelo deus Hefesto, o construtor e armeiro dos deuses. Histórias sobre armaduras não faltam. Elas foram fabricadas durante muitos séculos, tanto no ocidente como no oriente.

No Japão, por exemplo, máscaras com expressões aterrorizantes também faziam parte das armaduras, para meter medo nos oponentes. E na Europa as armaduras cobriam o corpo inteiro com metal e eram cheias de encaixes complicados que tornavam possível o movimento, meio lento, é verdade… foi nas armaduras acidentais que o criador dos Cavaleiros se inspirou para fazer as incríveis couraças de seus personagens. Mas o que parecia apenas um exercício muito radical de criatividade e engenhosidade de um artista meio louco, era algo extremamente viável para a Bandai, um dos maiores fabricantes de brinquedos japoneses. Baseado nos próprios desenhos de Kurumada, técnicos da Bandai desenvolveram protótipos dos bonecos que hoje são disputados por crianças no mundo inteiro, provando que a imaginação de Kurumada podia ser concretizada. O ilustrador e escultor paulista Olyhtho Tahara, também levou a sério a ideia e criou uma série de cinco estátuas dos cavaleiros: Seiya de Pégaso, Shun de Andrômeda, Shiryu de Dragão, Hyoga de Cisne e Ikki de Fênix. Elas foram expostas no Centro de Criatividade de Curitiba: Na hora pensei em fazer um trabalho meramente estético, mas enquanto eu ia fazendo as esculturas, percebi que os movimentos dos braços e das pernas dos personagens ficavam livres. A coisa não é tão maluca quanto parece, comentou Tahara, que é engenheiro formado pela USP e membro da Assoc. Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações (ABRADEMI). Foi de um acordo feito entre a Bandai, Masami Kurumada e a produtora e distribuidora Toei Animation que nasceu a série de desenho animado para TV, Cavaleiros do Zodíaco, em 1987. Os bonecos desenvolvidos pela Bandai rapidamente caíram no gosto infantil, isso porque reproduzem com fidelidade as características das armaduras e dos herois de Kurumada. Caprichando nos detalhes, a empresa chegou a ponto de fazer as armaduras de brinquedo com metal de verdade. Fora do corpo do boneco, as peças das armaduras podem ser reencaixadas umas nas outras, formando uma estatuetinha do símbolo zodiacal ou da constelação que protege a personagem. Não é demais? Esta influência do fabricante de brinquedos é mais visível na primeira fase da série, quando as armaduras dos personagens principais tiveram que ser redesenhadas para se parecerem mais com os brinquedos. As chamadas armaduras novas da série em desenho animado, na verdade são as que Kurumada criou originalmente nos quadrinhos. É inegável que as armaduras ainda exercem um grande fascínio, mesmo em desenho animado ou em brinquedo. Até Batman e Robin hoje se apresentam com os corpos cobertos por uma casca rígida. O sucesso é garantido até hoje! Ninguém pensa em descascar nossos heróis, não é mesmo?

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Autora: Cristiane A. Sato

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2 comentários sobre “20 anos de Cavaleiros do Zodíaco

  1. A matéria parece mais profunda que o que costuma se encontrar em relação a referencias culturais, mas pelo que pude ver, apresenta vários erros. Precisa de revisão quanto aos temas relacionados à série.

    Por exemplo, o Shiryu não é chinês, e sim japonês. O Hyoga tem 14 e não 16 anos. O Meteoro de Pegaso não é usado raramente, é o golpe que o Seiya mais usa (e é o mesmo que “Me dê sua força pegaso”, foram apenas adaptações diferentes na dublagem). Tem nomes com mais de uma grafia, como “Shina/Sheena”, entre outros.

    1. Obrigado, Daniel, por colaborar para apresentarmos sempre o melhor conteúdo. Vamos revisar a matéria e corrigir os erros.
      Quanto ao Shiryu, ele é chinês sim, mas é mestiço de chinês com japonês. Todos os 10 cavaleiros de bronze são mestiços, pois são filhos de Mitsumasa Kido com diversas mulheres ao redor do mundo.

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